vivendo nas fobópoles, murados no medo. os não-lugares dos shoppings, galerias, arenas. vazios desterritorializados, sem nenhuma cor local. padronizados, policiados, vigiados. fora do tempo e do espaço.
no vão da vida, no breu das horas. olho do furacão, boca da besta fera do mercado...
mas ainda há saída: a porta, a rua e, então, a praça.
janelas, a que se abre pro vento ou a que te põe nas nuvens (www), não bastam! só acenam, um chamado.
olhar o mendigo, parar no boteco, falar com eles.
ousar o primeiro (e o mais difícil) passo: a calçada!
quem me olha assim, de passagem, nem sabe. já tive grandes amigos. o verdureiro paraíba. o sempre-ébrio mendigo flanelhinha. a faxineira-preta-retirante-retinta com a cara da fome no fundo do olho.
quem me vê assim de passagem pela janela do carro não sabe, mas estaciono ele pela cidade e vou viver!
Em homenagem ao mestre Leminski. "Distraídos, venceremos!"