
Que ninguém saiba jamais,
o ter-se a alma perscrutada,
o desejo, um inocente,
o sonho, ainda dormente,
e o presente...
devorado a revelia.
Dói-se, em temor e em tremor,
qual ferida esgarçada,
que sangrando pele adentro,
vertendo invisível tormento,
e a alma em lamento...
congelando em vigília.
Nunca mais o sol,
nunca mais o dia.
Rodopiando e ardendo,
a esmo e ao largo,
a barca e a grande roda,
girando a delirando,
queimando e morrendo,
nas fogueiras da fantasia.
A adaga...
Vem,
que já é tarde.
A lâmina
o espera,
dentro da noite fria.
Karen Cordeiro
Inspirada na canção "O Pastor", de Madredeus.
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