quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Cyclone
Oswald, Oswald meu...
Cyclone tua sou eu.
Mais-que-perfeito cozinheiro de almas,
do alto de tuas potestades
revolves a nós, carne e espírito,
tudo uma só matéria humana,
de tuas gastronômicas alquimias.
E com tuas mãos de deus-artesão
a fazer girar e arder,
em fogo sagrado tuas iguarias.
Nessas nuvens virtuais,
garçonnière digitais,
minh'alma em redemoinhos,
esculpes em mim tua Cyclone,
mãe de ventanias.
Vem, cozinheiro meu,
que em temperos teus,
nos devoraremos,
e nos amaremos,
antropofagica-mente,
em nossas filosóficas artes,
de culinária espiritual,
eros-fagia.
Physis, na clareira que espreita,
nossa hybris eleita e que se deleita,
de incêndios e enchentes,
tempestuosas ventanias.
Apocalypse poético,
o cardápio perfeito
para o banquete da vida.
Luxuriante epifania.
Inspirado no video-documentário "O perfeito cozinheiro das almas", de Oswald de Andrade, veiculado pelo Instituto Moreira Salles no YouTube.
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