quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DEVIR-PASSARINHO



O que é hoje,
ainda em mim,
transborda
em amanhãs.

Amor que me excede
e me sucede,
e que agora me pede,
passagem...

Seguir pro além-mim
anunciada viagem,
eloquente miragem
da infinita paisagem.

O ser,
que ora é aí,
ainda
e mais além,
aonde
a vista não alcança,
avista e não se cansa.
Pequena
e grande criança.

E com que boca dizer
este nome não dito
do sentimento mais que bonito
Infinito,
inaudito?

E em que Terra achar
o espaço
pro caminho mais que preciso,
Do que já veio,
mas ainda vem vindo?

O que está
entre o já nascido
e que ainda
vem se parindo.

O que ontem foi grande
no seu nascer,
hoje se faz pequeno
em ensaiar crescer.

Espero e erro
a nascente palavra
que libertará o canto
de pássaro...
que não passará,
pois eu passarei
pela barulhenta passarinhada
e amanhã será,
apenas,
e também,
menino-passarinho

Nenhum comentário: