domingo, 1 de abril de 2012

MUDANÇA DE VENTOS



A dó que tenho do barco a deriva e solitário
é grande o bastante pra achar que é forte e belo,
mas nem tanto pra que eu vá com as pernas que são minhas, tão longe que estou, ao encontro de seu destino.
...
O olhar admirado por sua imponência e porte,
é enorme o tanto pra que eu alerdeie seus feitos,
mas não tanto pra que eu embarque, abandone a minha terra agora firma e seja sua capitã ou guia.

A brisa que corre solta e suave em sua proa,
é doce o bastante pra que eu veja que navega macio,
mas não pra mim que dei pra marejar em navios.

O barco é grande e todos o cobiçam,
mucamas, garçons, muitas festas e amigos.

Mas como explicar o súbito desinteresse
pelas vagas bravias.
Como até entender que o turismo
perdeu sua fantasia.

Tardo em admitir,
mas ando gostando,
do pé na areia,
a marola suave,
sem grandes viagens,
sem tanta companhia,
apenas um mergulho
com gosto de sal
um sorriso solto
e uma fácil alegria.

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