sexta-feira, 20 de abril de 2012

QUANDO UM SUPER-HOMEM CHORA




perto do fim
o gosto é o doce
a cor, azul infinito
o perfume, do leite pingando na boca do filho

nada se perturba ao redor
em meio a silenciosa despedida

tudo é invadido pela mais que espantosa
pax
o coração se expande
na generosidade de aceitar o todo
do mundo

a mulher bela
não é mais causa de dor
nem de envídia
apenas é
e a alma se enternece
no amor à beleza
à forma
à

tudo é como deveria ter sido
e deve voltar a girar
nas voltas do mesmo círculo
eterno-retorno
eternamente

tolo, o homem,
quando ainda imortal
e desconhece liberdades,
o afirmar-se na ponta do abismo

sim, te compreendo,
o absoluto enternecimento
no qual caíste em prantos
aos pés do animal, esbelto e belo,
que junto a ti sucumbia

perto do fim
o amor por tudo aquilo que é vivo

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