domingo, 1 de abril de 2012

NÃO PERECERÁS



“Não sou quadro para viver preso numa moldura e dependurado na parede. E que são as fronteiras de uma cidade, eu pergunto, senão os limites estreitos de uma moldura mais ou menos de luxo, na qual pretendem sufocar a imensidão de minha alma imortal, como diria um grande poeta ou qualquer seminarista, em tarde de primavera?”(Campos de Carvalho – A Lua Vem da Ásia)


Quando alguém desiste de si,
quando alguém se deixar esquecer
na sarjeta do tempo,
num canto qualquer dos dias,
é porque ronda e espreita
a morte do espírito.

É preciso o praticar de algumas horas por dia
o não envelhecer de si de mesmo,
reencantar o quarto escuro da alma,
reinventar um amor possível
por si...

antes que a natureza e seus cipós envolventes
se enredem e seduzam você
a se infiltrar no orgânico do mundo.
porque é preciso que se diga
ao som de trombetas
cirenes, buzinas:

_ O destino do Homem não é natural!!

Seres lançados no tempo,
escrevemos na história o destino moral,
fazendo do mundo
monstruoso teatro inatural,
sondamos o artifícial,
flertando com o imortal.
Somos o espírito
e encarnamos o Humano
que não perece
jamais...

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